domingo, abril 20

last.fim

vou escrever algumas coisas sobre música na minha página do last.fm . quem estiver interessado:

http://www.lastfm.com.br/user/marcioyonamine/journal/

sábado, abril 5

. jessica .

jessica tem sempre essa impressão de que os homens irão abandoná-la. por isso não cria laço algum. aperfeiçoou durante os anos a manufatura do esquecimento: papeis embebidos em vodka e queimados no jardim.

em seu apartamento tudo está na medida certa. não há quem saia, não há quem entre. só é dado ao par o que anatomicamente deve ser. do resto, contenta-se com o que é singular.

se houve quem a amasse para uma vida a dois, sim. mas ela não sabe e prefere não saber. não conhece a solidão como o sol que não conhece as sombras.

não, meu nome nunca foi queimado mas sou como cinzas de jessica. ela me chama, saímos, vai até minha casa e vai embora depois de lhe preparar café.

quinta-feira, abril 3

. escrever .

houve um tempo em que eu escrevia o que as pessoas queriam ler. depois me desinteressei por isso e comecei a escrever o que eu gostaria de ler. mais tarde algo me convenceu das coisas que eram necessárias ser escritas. mais tarde tudo resulto ilusório.

quem me enxerga através das palavras sabe o quanto apanho dos meus defeitos e da gramática.

. acerca .

perguntaram-me o que quer dizer: polifonias, discursos (in) competentes e popgardens. sinceramente, eu não me lembro muito bem do porquê. mas vou tentar.

polifonias quer dizer várias vozes. bakthin, um linguista russo, identificou na obra de dostoievski que não havia somente uma voz, ou seja, um narrador ou um ponto de vista. mesmo que formalmente não se dê a voz a todos os personagens, dostoievski explorava todos os pontos de vista tomando o lugar do próprio ponto de vista. ou seja, não é alguém falando de uma fala, mas todas as falas falando de si e de outras. fiquei imaginando se isso daria uma sinfonia e o som da palavra é muito bom.

discursos (in) competentes. marilena chauí tem um livro chamado "o discurso competente" em que ela desenvolve a tesa da construção dos mitos brasileiros. o mito é algo que alguém diz, mas não se sabe quem, e tomamos por verdade. por exemplo, o brasileiro é o melhor no futebol. quem disse? a falta de autoria faz com que não consigamos criticar uma afirmação. é mais ou menos como funciona os ditos populares. mas o que ela aponta é que alguns discursos são implementados e como os mitos parecem que não tem autoria, parecem. a idéia de uma discurso incompetente é um pouco indo para esse lado. são discursos que não se escondem em afirmações ou se tentam se esconder não conseguem. também me lembra de um poema do fernando pessoa em que ele diz que está farto de quem nunca tenha cometido um ato vil ou pelo menos que não diz ter feito. poema em linha reta.

popgardens. a idéia de jardins sempre me foi querida. ter grama, flores, árvores, pequenas hortaliças e temperos. o pop na frente me remete a cores. um jardim com cores pops.

minha cabeça é bem estranha.

terça-feira, abril 1

. navegação .

amanhã fará uma semana que minha avó faleceu.
a imagem que guardo é de uma criatura muito pequena vencendo 3 oceanos.